|Por Mirella Damaso Vieira|
O entendimento de tecnologias isoladas deu lugar a uma visão mais complexa, profunda e integrada da digitalização, o que exige uma nova postura de todos os líderes
É verdade que a transformação digital abandonou a condição de tendência para fazer parte dos planos de negócio de diversas companhias, sendo reconhecida pelos executivos como o principal catalisador de crescimento e inovação para os próximos cinco anos. Por outro lado, a concretização de processos e modelos de negócio digitais é uma jornada em fase inicial para a maioria de nós. Segundo a pesquisa CEOs Perspectives on Growth, Innovation and Leadership, da Frost & Sullivan, 34% dos CEOs afirmam que a velocidade das mudanças tecnológicas ainda representa um grande desafio.
Dá para entender o porquê da distância entre intenção e realização: o entendimento de tecnologias isoladas deu lugar a uma visão mais complexa, profunda e integrada da digitalização. Ou seja, se até pouco tempo falávamos do potencial da Internet das Coisas para conectar pessoas, objetos e processos, hoje compreendemos que essa é a ponta de um imenso iceberg de possibilidades. E sejamos sinceros: há muito a se entender sobre o que priorizar, por onde começar e como planejar, a longo prazo, a evolução de uma empresa digital.
No momento em que a tecnologia deixou de ser percebida como produto e se tornou elemento fundamental para repensar processos e estratégias, diferenciando concorrentes de uma forma jamais vista, as companhias se viram diante de uma desafiadora e inevitável necessidade: mudar. Que digam os CIOs, hoje pressionados por questionamentos em torno de seu papel da organização. Pesquisas indicam o deslocamento de aproximadamente 40% do budget de TI das empresas para outras áreas de negócio, descentralizando a tomada de decisão sobre aquisição de produtos e serviços.
Isso não significa que a TI tenha perdido autonomia e influência – pelo contrário, transformou-se de provedora a consultora, norteando o uso da tecnologia para criação de processos, modelos e canais de relacionamento com o cliente. Ganhou novas prioridades, como conduzir a transformação digital, envolvendo-se com todos os projetos da companhia e sendo determinante para o direcionamento estratégico do negócio. Em outras palavras, a digitalização desloca os profissionais de TI para as salas de reunião, comitês de projetos e grupos de inovação englobando diferentes setores da empresa, desde o início das discussões.
A adaptação às mudanças e a inovação são exigências para competir – e se manter – no mercado atual. E não podemos nos esquecer de que, por trás de uma grande transformação empresarial, social ou econômica, existe a mudança do indivíduo. Somos nós – fornecedores, CIOs, usuários da TI – que estamos em transição. Somos alvos e, ao mesmo tempo, agentes da transformação.
Vamos entender juntos como concretizá-la?
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