“Foi uma corrida contra o tempo”, explica Thiago Monteiro, Collaboration Product Manager na 2S. Ele se refere à telefonia em nuvem, uma tecnologia que já existe há anos, mas que se tornou ainda mais presente nas empresas após o começo da pandemia. “Tivemos que nos adaptar rapidamente, entregando a tecnologia em home office”, completa o especialista.
A telefonia em nuvem, ou cloud calling, no termo em inglês, é uma espécie de central telefônica digital: saem os cabeamentos, os hardwares, os aparelhos de PABX e entram os servidores e a internet. Dessa forma, os únicos equipamentos usados para a telefonia na empresa são os telefones ou algum device para fazer uma videoconferência. “A lógica é: tenha 100% do serviço em cloud e mantenha dentro das empresas apenas os telefones”, explica Thiago Monteiro.
É fácil entender por que a pandemia e o trabalho remoto ou híbrido aceleraram a adoção da telefonia em nuvem no mundo corporativo, algo que também aconteceu com outras inovações tecnológicas. Com as equipes trabalhando de casa e longe da estrutura do escritório, digitalizar a telefonia tem sido um passo fundamental para uma comunicação eficiente e ágil dentro das empresas, que agora não têm mais endereços fixos. Fora que adotar a telefonia analógica, com cabeamentos e centrais telefônicas tradicionais, simplesmente não é uma saída possível quando cada funcionário trabalha da sala de casa. Ou do café, do quarto, do restaurante…
“Todos esses workflows de telefonia, vídeo, todas essas experiências precisam caminhar juntas do usuário. Então, quando a gente modela essa formatação de trabalho híbrido, o famoso ramal de telefone da pessoa precisa estar junto dela independentemente de onde ela esteja. E também a sala de reuniões para chamadas”, destaca José Alfredo Souza, Especialista em desenvolvimento de negócios na Cisco. Ele faz questão de destacar que trabalho híbrido e telefonia em nuvem não nasceram com a pandemia: a crise sanitária global e a mudança de comportamento das pessoas apenas reforçaram como os dois conceitos caminham juntos.
Uma pesquisa do Gartner estimou que o mercado mundial de serviços em nuvem cresceu 17% em 2020, primeiro ano da pandemia. O mesmo levantamento previu um cenário de transformação digital ainda mais amplo para 2022: 60% das empresas usarão a telefonia em nuvem, quase o dobro do registrado antes da covid.
O Gartner também estima que em três anos até 95% das novas cargas de trabalho digitais serão em nuvem, um índice três vezes maior que o atual. “Há um movimento muito grande, no Brasil e no mundo, que está acontecendo de maneira muito rápida. As empresas começaram a entender que o modelo de comunicação unificada é muito mais amplo e escala de verdade quando você consome isso como um serviço e através de uma nuvem”, diz José Alfredo Souza.
Se a vantagem do sistema em nuvem ficou mais óbvia por causa do home office, outros fatores também contribuem para a migração ao digital. Por exemplo, para empresas situadas em lugares remotos, optar pela telefonia na nuvem é simplificar a chegada de equipamentos.
Além de mais prático, migrar a estrutura para a nuvem pode até ser mais barato para as empresas, que deixam de comprar equipamentos. Com isso, não há a depreciação dos hardwares, nem um alto investimento inicial ou a necessidade de gastar com manutenção e garantia. E, tudo isso, no médio ou longo prazo, pode fazer a diferença.
“Você compra [a telefonia em nuvem] como serviço, então, pouco importa se houve upgrade tecnológico, por exemplo, porque o seu serviço em cloud sempre vai acompanhar essas mudanças”, exemplifica Monteiro, lembrando ainda que, na telefonia analógica, os equipamentos são adquiridos pela companhia e, por isso, eventualmente precisam ser substituídos por opções mais modernas. “É um upgrade tecnológico quase contínuo”, completa, destacando também o desafogamento das equipes de TI das empresas, que não precisam mais lidar com os problemas da telefonia analógica, e a qualidade das chamadas: mais claras e ágeis.
“O ato de transferir essas funcionalidades para um serviço de nuvem faz com que a empresa ganhe em agilidade e consiga crescer e escalar, em quantidade de usuários e na flexibilização de ativação desses usuários. Então, tudo numa solução de nuvem fica muito mais fácil de se gerir”, acrescenta José Alfredo Souza.
Com a comunicação transportada para o digital, a segurança deve ser uma preocupação.
“Toda e qualquer chamada que o cliente faça em cloud é criptografada fim a fim. Para o usuário, essa proteção de dados é primordial”, defende Thiago Monteiro, que tem experiência com esse tipo de serviço em razão do trabalho que desenvolve com o 2S Cloud Calling.
José Alfredo Souza completa, também destacando a importância da segurança num mundo profissional que “aumentou” os escritórios, invadiu as residências e eliminou distâncias: “No trabalho híbrido, as pessoas estão andando por várias localidades e países, então, é fundamental que esses sistemas estejam interligados e que a segurança flua de fim a fim”.
Leia mais
O que sabemos sobre 2022 — e o que precisamos nos acostumar a não saber
O aumento dos ciberataques e por que a segurança é um investimento estratégico