“É preciso se comunicar bem para trabalhar na tecnologia”

maio 25, 2022
O CTO da Ibiuna Investimentos tem longa carreira na TI, sempre trabalhando em empresas do setor financeiro e, embora tenha escolhido a TI, já que é engenharia eletricista de formação, descobriu na área o terreno propício para a sua autorrealização
inovação, tecnologia

O CTO da Ibiuna Investimentos tem longa carreira na TI, sempre trabalhando em empresas do setor financeiro e, embora tenha escolhido a TI, já que é engenharia eletricista de formação, descobriu na área o terreno propício para a sua autorrealização

“Não adianta você ter a ideia de lançar um foguete para Júpiter, mas ficar só na fantasia. Toda inovação precisa ter um pé no chão”, defende Marcos Brigante. CTO da Ibiuna Investimentos, gestora de recursos que controla mais de 27 bilhões de reais em ativos, Brigante adora falar de assuntos como tecnologia e transformação digital. 

Num papo com o jornalista Wagner Hilário para três episódios do podcast Líderes que Transformam, Brigante mergulhou na transformação digital, falou de cibersegurança — área à qual tem dedicado especial atenção recentemente —, da explosão das plataformas digitais e de pensamento computacional. 

O engenheiro não perdeu tempo em defender a excelência como premissa, contestando a ideia de inovação a todo custo e de  que “o ótimo é inimigo do bom”. “É aquela lógica do faz mais ou menos e depois a gente arruma. São estratégias que você pode assumir, mas uma hora chega a conta. Em algum momento ou você vai ter que fazer bem feito ou sair do mercado. Então, gosto de olhar para as coisas e ver que foi tudo bem feito, que está tudo organizado e funcionando sozinho, defende. 

Engenheiro eletricista formado pela USP de São Carlos, interior paulista, Brigante tem longa experiência na área de tecnologia de empresas do sistema financeiro. E olha que ele diz que caiu de paraquedas na carreira.

Antes da Ibiúna, ele passou também pelo Rabobank, multinacional holandesa, e pelo Itaú, onde permaneceu por cinco anos. Já a primeira experiência profissional foi na Senior Solution, hoje Sinqia, empresa líder em desenvolvimento de softwares e serviços de tecnologia para o setor financeiro no Brasil.

“Quando você está fazendo um software, você não precisa ser só um bom racionalista, mas também um ótimo comunicador”, Marcos Brigante.

O que é um banco de dados? 

Um caminho que começou a ser traçado nos primeiros estágios, logo após sair da universidade. “Na primeira semana de trabalho, o meu chefe disse que eu precisava fazer uma conexão com o banco de dados. Eu olhei para ele e perguntei: ‘mas o que é um banco de dados’?”, relembra, se divertindo com o momento em que a carreira o escolheu. Por que, para ele, foi isso que aconteceu: a TI escolheu o profissional, não o contrário. 

Os gostos e habilidades pessoais ajudaram um pouquinho, claro. E, embora sempre tenha sido um estudante que gostasse de exatas e computação, ele faz questão de apontar outra característica como fundamental para a vida profissional que vem trilhando: a comunicação. “Quando você está fazendo um software, você não precisa ser só um bom racionalista, mas também um ótimo comunicador. Então, não adianta só saber matemática. Você vai escrever códigos e as pessoas têm que entendê-los. É preciso se comunicar bem para trabalhar na tecnologia”, defende. 

É preciso se perguntar sempre: esse processo está sendo feito da melhor maneira possível? Não pode ser feito de outra forma?

Com experiência em diferentes empresas do setor financeiro, Marcos Brigante destaca o tamanho das diferenças — e dos desafios — entre elas. Começando pelo porte das companhias. Empresas maiores, com mais colaboradores, têm características diferentes de companhias com menos funcionários. “Uma empresa grande tem a parte burocrática muito forte, pelo tamanho mesmo, já que, até por questões legais, é preciso ter uma governança com mais camadas”.  Num cenário assim, é mais difícil e demorado ver os resultados das ações. Já numa empresa de menor porte os desafios são mais diretos e o profissional precisa ter mais agilidade. 

Mas qual dos dois formatos é mais motivador? Brigante confessa que demorou para entender onde conseguia mais realização profissional, mas, hoje, não tem dúvidas do que o impulsiona a levantar toda manhã para trabalhar. E a resposta está lá no começo da carreira, como desenvolvedor de software. “Eu gosto de construir diretamente. Gosto de programar e ver o resultado final”

Para Brigante, há motivação extra em encarar desafios complexos e criar modelos que organizam problemas, tornando mais simples o dia a dia da empresa, que ganha eficiência operacional. “Um problema complexo não precisa ser sinônimo de bagunça”, diz. 

Quando o assunto é transformação digital, Brigante lembra que sempre há outros aspectos. Antes de inovar, é preciso ver se há questões financeiras, legais, sociais ou até se a implementação de uma nova tecnologia vai trazer algum ganho real para a empresa.

Além disso, outro segredo é buscar as pequenas inovações do dia a dia. “É preciso se perguntar sempre: esse processo está sendo feito da melhor maneira possível? Não pode ser feito de outra forma?”.

Cibersegurança e a explosão das plataformas digitais 

Brigante também falou de cibersegurança, da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e da importância, nesse sentido, das constantes atualizações de sistemas, capacitação dos profissionais e investimentos no cuidado com a segurança da informação das empresas e das pessoas. Ele chama atenção para a explosão de plataformas digitais que ocorreu nos últimos anos e a mudança de hábitos, estimulada, em parte, pela pandemia.

“Nós todos estamos sempre vulneráveis. É por isso que o Windows tem atualização, o Google Chrome, o antivírus. O importante é responder às vulnerabilidades e se manter atualizado. É um trabalho de enxugar gelo, mas que precisa ser feito periodicamente”, diz, destacando que a maior parte dos vazamentos ocorre por conta de sistemas desatualizados.

Quanto aos treinamentos e capacitações nessa área, Brigante os considera fundamentais e, para ele, devem envolver todos os profissionais conectados aos sistemas. Em sua visão, essa é a melhor forma de proteger o elo mais fraco: as pessoas e a maneira como elas usam a tecnologia.

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