Cerca de 20% dos recursos investidos na Saúde são desperdiçados. Saiba como diminuir o impacto desses gargalos e criar novos modelos de gestão
A pandemia agravou problemas já existentes na Saúde pública e privada, trouxe novos elementos para resolução dos gestores e destacou ainda mais a importância da tecnologia na gestão hospitalar. Se antes a TI foi adotada a passos lentos no setor, hoje se provou recurso essencial para evitar desperdícios, gerenciar insumos e, principalmente, reduzir riscos de segurança a pacientes e colaboradores.
Em 2018, ainda bem antes do início da pandemia da covid-19, a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) divulgou levantamento estimando que cerca de R$ 100 bilhões foram desperdiçados no ano anterior, 20%, dos R$ 500 bilhões investidos no setor. Mas, graças ao avanço da Internet das Coisas (IoT) e da conectividade, uma gama de soluções pode diminuir o impacto desses gargalos e criar novos modelos de gestão, proporcionando otimização de tempo, aproveitamento de recursos e informações relevantes sempre à mão.
E se o tempo é um recurso que não deve ser desperdiçado na área da Saúde, as tecnologias de localização e navegação indoor podem ser grandes aliadas nesse momento. “Hoje, uma preocupação dentro dos hospitais é a de encontrar pessoas, equipamentos e materiais hospitalares diversos. Isso significa consumo de tempo nos processos. Por um aplicativo no celular ou um wearble, é possível localizar o paciente, definir rotas e orientá-lo ao locais de realização de procedimentos, e também fazer o monitoramento das condições físicas do paciente, receber e transmitir alertas através de sistemas e dispositivos. Assim se reduz o tempo de atendimento e gera ganho operacional ao hospital”, explica Gisele Braga, gerente de transformação digital da 2S. “Mas os recursos da conectividade vão além, através do IoT é possível controlar a condição dos locais de armazenamento de medicamentos e garantir ambiente ideal, principalmente aos que requerem controle de temperatura e umidade. Você pode receber alertas desse sistema de qualquer lugar e, consequentemente, gerar ações de correção antes que ocorram as perdas”, acrescenta.
A conectividade permite ainda que as informações do paciente sejam captadas de forma automatizada, possibilitando o atendimento mais eficiente e o rápido acesso ao prontuário. “Fizemos junto a Cisco, dentro de um grupo de inovação, um sistema em que o médico utilizava um smartglass para a transmissão da cirurgia ao vivo e, com comando de voz, trazia para tela as informações necessárias do paciente. Com um wearble e conectividade, é possível rastrear todas as informações do paciente dentro do hospital e acessá-las de qualquer lugar”.
No caso da telemedicina, os benefícios são ainda mais amplos. Os médicos especialistas conseguem compartilhar conhecimento e atender um número maior de pacientes porque não precisam estar fisicamente próximos. Além de permitir o atendimento onde quer que o paciente esteja, é uma modalidade que representa segurança, principalmente para evitar o contágio com a Covid-19.
Um levantamento feito pela Capterra (empresa do Gartner), com mais de mil pacientes, mostrou que 62% dos entrevistados sabem o que é telemedicina e que 55% deles afirmam já terem passado por uma teleconsulta. E quase metade (46%) das pessoas que já utilizaram a a modalidade pretendem aumentar o uso desse formato de consulta após a pandemia.
“Em âmbito nacional, o sonho do setor de saúde é chegar à telessaúde e ao prontuário único. Esses dois fatores transformariam o cuidado, transpondo barreiras socioeconômicas, com atendimento ágil e eficaz. Porém, essa é uma área que lida com pessoas e com informações sensíveis, demandando bastante atenção e cuidado. Neste ponto, aliás, além das leis que regerão o processo, a cibersegurança é fator crucial”, diz Gisele.
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