| Por Mirella Vieira |
A tendência natural de muitos líderes e empresas, diante de um novo conceito ou tecnologia disruptiva, é pensar: isso não é para mim, seja pelo porte do negócio, pela falta de uma cultura de inovação ou qualquer outro motivo que engessa a companhia nas atuais formas de fazer e gerir a operação. É o caso da Internet das Coisas, que cada vez mais quebra essa mentalidade e insere organizações de diversos setores em um movimento que não tem volta.
Há três mitos que precisamos derrubar:
1. Diferentemente do que possa parecer, a Internet of Things (IoT), em seu conceito e aplicação, não é complexa. O ponto é descobrir como utilizá-la dentro de contextos específicos de negócio, seja a partir de casos de sucesso já conhecidos ou da criação de uma solução única – e isso requer, acredite, muita criatividade.
2. IoT não funciona só para as grandes. Mas não mesmo. Empresas de diversos perfis, tamanhos e setores podem tirar proveito da tecnologia, seja a partir da redução de custos, da geração de novas receitas ou das duas coisas. Novamente, a questão aqui é o desenho de uma solução aderente às demandas e à capacidade de realização da companhia.
3. Entrar nesse mundo não necessariamente exige investimentos iniciais altíssimos. Para os iniciantes, é preciso entender, primeiramente, se a infraestrutura está preparada para abarcar a IoT e permitir o crescimento da empresa. A partir disso, é possível pensar em prioridades: quais áreas, processos e aplicações podem se beneficiar do projeto, de imediato, e gerar resultados concretos para o negócio?
O ponto de partida da Internet das Coisas é, invariavelmente, a disponibilidade de conectividade. Considere o exemplo de uma indústria que, para monitorar e melhorar seus processos de produção, quer implementar sensores em toda a sua esteira. Essa é uma das possibilidades que mais chama a atenção das empresas de manufatura, já que afeta aspectos críticos do negócio: custos e eficiência de operação. Só que não adianta ter um mundo de soluções quando a infraestrutura não consegue suportar tudo isso.
Em indústrias e outros segmentos, o cuidado está nos detalhes, o que inclui, por exemplo, o uso de switches desenhados para ambientes hostis, que aguentam temperaturas extremas, poeira, umidade e outras condições adversas. Em fábricas, isso é essencial. Afinal, um equipamento quebrado e a interrupção da conexão pode gerar prejuízos financeiros expressivos ao negócio. Outro contexto interessante e crescente no segmento de IoT é o de transporte de passageiros, que começa pela implementação de conexão wi-fi e conteúdo a bordo em ônibus e metrôs, a partir, também, de soluções de redes compatíveis com esse ambiente.
Em IoT, falamos de inteligência, de usar a tecnologia para coletar e analisar informações cruciais de negócio, que permitam assertividade, imediatismo e inteligência na tomada de decisões. Mas, para que isso aconteça e seja escalável, é preciso dar um passo para trás e preparar a base, ou seja, a infraestrutura para que diferentes soluções de IoT possam ser inseridas no negócio em diferentes momentos.
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